Tema 4: Trabalho e problemas de saúde (doenças ocupacionais)
Texto Base:
Trabalhar em
excesso causa graves problemas de saúde
16 abril 2009
Em contexto de crise
internacional, com empresas a fechar portas e o desemprego a disparar em todo o
mundo, ter trabalho tornou-se na arma mais importante para assegurar a
estabilidade familiar, desta forma conduzindo os empregados a fazer todos os
esforços para assegurar o posto de trabalho.
Mas, segundo um
estudo recente, trabalhar em excesso pode aumentar o risco de declínio mental
das pessoas e, subsequentemente, afectar o progresso das empresas.
"As desvantagens
das horas extras devem ser levadas muito a sério", alerta a líder da
investigação, Marianna Virtanen, do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional,
que analisou os efeitos do excesso de trabalho em 2214 funcionários públicos
britânicos de meia-idade.
O estudo, publicado
na revista “American Journal of Epidemiology”, revela que aqueles que
trabalhavam mais de 55 horas semanais apresentavam problemas de memória de
curto prazo, nomeadamente, em recordar palavras.
Os funcionários
públicos que participaram no estudo foram submetidos a cinco testes diferentes
para avaliar a função mental, realizados entre 1997 e 1999 e novamente entre
2002 e 2004. O estudo verificou que os efeitos eram cumulativos, ou seja,
quanto mais longa era a semana de trabalho, piores eram os resultados nos
testes.
O professor Mika
Kivimäki, membro da equipa de investigadores, explicou à BBC que a próxima fase
do estudo será a de avaliar se os “efeitos são duradouros e se o excesso de
trabalho pode levar a problemas mais graves, como demência”.
Cary Cooper,
especialista em stress no trabalho, da Universidade de
Lancaster, Grã-Bretanha, considera que o estudo deve "enviar uma mensagem
aos empregadores de que insistir para que as pessoas trabalhem em excesso, na
verdade, não é bom para os negócios".
E lança um alerta:
"a minha preocupação é que, em tempos de recessão, as pessoas trabalhem
mais (...) e vão para o trabalho mesmo se estiverem doentes, pois querem
mostrar interesse e garantir que não sejam despedidos".
Um outro estudo,
realizado pela Agência de Saúde Pública de Barcelona e publicado em 2008 na
revista "Scandinavian Journal of Work, Environment & Health",
obteve resultados semelhantes.
Neste estudo,
realizado com 2792 pessoas de diversas profissões e classes sociais durante um
ano, concluiu-se que trabalhar mais de 40 horas por semana provoca danos
físicos e emocionais, principalmente nas mulheres, que, na sua grande maioria,
acumulam o trabalho remunerado com tarefas domésticas.
A investigação,
denominada “Perspectiva de género na análise da relação entre longas jornadas
de trabalho, saúde e percepção do próprio estado de saúde”, demonstrou que os
homens têm cargas horárias maiores: 30,4% disseram trabalhar mais de 40 horas,
versus 17,1% das mulheres. Contudo, as mulheres dividem mais o tempo entre as
tarefas domésticas e o trabalho fora de casa: 34,4% versus 9,2% dos homens.
Em relação ao nível
socioeconómico, as mulheres de classes mais baixas são as que trabalham mais
horas. No caso dos homens, acontece o inverso: quanto mais alto é o cargo de
responsabilidade, maior é a carga horária. Os riscos de problemas de saúde
aumentam na mesma proporção, já que, segundo o estudo, são estes os
trabalhadores que dormem menos de seis horas diárias.
No caso das mulheres,
os efeitos do excesso de trabalho na saúde manifestam-se em sintomas como
hipertensão, ansiedade, aumento da probabilidade de fumar, restrição de outras
atividades de lazer e da prática de exercício físico e insatisfação geral.
Também foram observados distúrbios mentais e hormonais.
Paula Pedro Martins
jornalista
jornalista
Disponível em
<http://www.alert-online.com/br/magazine/trabalhar-em-excesso-causa-graves-problemas-de-saude>
Acessado em 21 de março de 2017
Sugestões de sites:
Trabalho de pesquisa
Trabalho no mundo atual: saúde
do trabalhador
a) Trabalho e problemas de saúde ao longo da história: 1ª e 2ª
Revolução Industrial.
b) Trabalho e problemas saúde no mundo atual: stress, burn out,
suicídios.
c) Ações de combate e prevenção de doenças ocupacionais.
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